Autor: Henrique Hein
O aumento considerável de ocorrências de incêndios em sistemas fotovoltaicos, principalmente, em telhados de residências e comércios tem chamado à atenção de autoridades brasileiras.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Canal Solar contou a história de uma fábrica de calçados, em Patos de Minas (MG), que pegou fogo após uma provável instalação equivocada da tecnologia, segundo a Polícia. O fogo atingiu, aproximadamente, 600 dos 2,3 mil m² do empreendimento. Link.
Por motivos como esses, o Corpo de Bombeiros encaminhou nesta semana à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), entidade responsável pela elaboração de normas técnicas no Brasil, uma carta assinada pelo tenente-coronel Alysson Krüger Figueira, presidente do Conaci (Comitê Nacional de Combate a Incêndio), pedindo urgência na elaboração de normas de segurança que ajudem a diminuir o risco de incêndios em usinas solares. Segundo o documento, a agenda sustentável e o uso dos sistemas solares são de fundamental importância e têm trazido evolução para a sociedade, com um crescente número de indivíduos buscando a independência energética por meio da geração de energia própria através de sistemas solares.
“Infelizmente o advento desta importante tecnologia, se não adequadamente projetada e implementada, apresenta risco potencial de provocar e asseverar incêndios, bem como tornar mais perigoso o seu combate”, frisou a carta.
“Diversas corporações de bombeiros do Brasil têm reportado ocorrências de princípios de incêndios a incêndios de grandes proporções em edificações, associados aos sistemas fotovoltaicos. Em especial, observou-se muitas ocorrências de princípios de incêndios nos circuitos entre os painéis fotovoltaicos e os inversores, que operam em corrente contínua”, completou o documento.
O Conaci destacou ainda que atualmente já existem mais de 600 mil edificações no país com sistemas fotovoltaicos, cujo crescimento continua a aumentar exponencialmente.
“Logo, o número de ocorrências como estas deve crescer, e deve-se ser adotada o mais brevemente possível um conjunto de medidas mitigatórias para evitar que estes eventos ocorram”.
Entre as medidas assinaladas e sugeridas estão:
Evolução normativa e de regulamentações para exigir a inclusão de dispositivos adicionais de proteção para estes circuitos.
O uso de materiais adequados e de procedimentos de comissionamento e inspeção para reduzir o número destes eventos e reduzir os níveis de risco às pessoas, caso estes venham a ocorrer.
Ainda de acordo com a entidade, foi identificado que a maioria das edificações que possuem sistemas fotovoltaicos, a tecnologia nestes sistemas emprega um circuito de corrente contínua que liga os painéis fotovoltaicos ao inversor. Este circuito normalmente é formado por longos cabos, que saem dos módulos instalados no telhado e adentram na edificação até o inversor – que normalmente fica localizado em local abrigado dentro da edificação, em um lugar distante dos módulos.
“Nestes casos, este circuito de corrente contínua permanece energizado mesmo após a desenergização do circuito de corrente alternada caso o incêndio ocorra durante o dia. Adicionalmente, durante o incêndio, o fogo pode atingir estes condutores de corrente contínua dos sistemas fotovoltaicos e eliminar a sua camada isolante, o que pode causar curtos-circuitos”.
Preocupação
Neste sentido, a Conaci informou que o que “preocupa é que quase a totalidade dos sistemas fotovoltaicos existentes no Brasil não possuem meios para desenergização dos circuitos de corrente contínua supracitados que possam ser acionados em locais de fácil acesso pelos bombeiros. Logo, a atividade de combate ao incêndio nestas edificações torna-se muito perigosa aos profissionais que estão combatendo o fogo”, destacou o documento.
Por isso, o órgão entende que um conjunto de procedimentos, normas e regulações deve ser implementado para garantir a segurança e reduzir os riscos de fogo e explosões.
“A reciclagem e capacitação dos bombeiros militares no combate a incêndio em sistemas geradores de energia com painéis fotovoltaicos é uma das formas de protegermos nossos profissionais”, destaca a corporação.
Outra maneira, deveras mais eficaz, segundo o Conaci, seria a promoção de uma evolução normativa e regulatória, com enfoque prioritário na proteção contra incêndio e na segurança dos profissionais que realizam o seu combate, a exemplo de países desenvolvidos, que já adotaram parâmetros normativos com este enfoque. “Alguns países já identificaram esses fatores e atualizaram seus critérios normativos, em decorrência dos vários acidentes e mortes que ocorreram em eventos dessa natureza”.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Departamento de Segurança Interna (do original: Department of Homeland Security) patrocinou vários projetos para identificar e compreender os riscos para os bombeiros responderem a incêndios em edificações revestidas com painéis fotovoltaicos.
Para Leandro Martins, presidente da Ecori Energia Solar, está mais do que na hora de regulamentar a obrigatoriedade dos dispositivos de segurança nos equipamentos de energia solar.
“Essa é uma preocupação que vem desde o início da Ecori, na escolha de trabalharmos com microinversores APsytems, com a SolarEdge e mais recentemente com a Huawei. Ao longo desses anos levantamos a bandeira da segurança em diversos fóruns normativos e regulatórios, participando ativamente dos comitês da ABNT, INMETRO, dentre outros”, comentou.
“Nossos engenheiros já treinaram e prestaram esclarecimentos para a cúpula do Corpo e Bombeiros em Brasília e outros batalhões da corporação, ministramos treinamentos, escrevemos artigos e promovemos diversos eventos sobre o tema. É um momento muito importante para todo mercado e especialmente para nós, que trazemos a segurança em nosso DNA. Para a Ecori este é um valor inalienável”, concluiu o executivo.
FONTE: Canal Solar
O aumento considerável de ocorrências de incêndios em sistemas fotovoltaicos, principalmente, em telhados de residências e comércios tem chamado à atenção de autoridades brasileiras.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Canal Solar contou a história de uma fábrica de calçados, em Patos de Minas (MG), que pegou fogo após uma provável instalação equivocada da tecnologia, segundo a Polícia. O fogo atingiu, aproximadamente, 600 dos 2,3 mil m² do empreendimento. Link.
Por motivos como esses, o Corpo de Bombeiros encaminhou nesta semana à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), entidade responsável pela elaboração de normas técnicas no Brasil, uma carta assinada pelo tenente-coronel Alysson Krüger Figueira, presidente do Conaci (Comitê Nacional de Combate a Incêndio), pedindo urgência na elaboração de normas de segurança que ajudem a diminuir o risco de incêndios em usinas solares. Segundo o documento, a agenda sustentável e o uso dos sistemas solares são de fundamental importância e têm trazido evolução para a sociedade, com um crescente número de indivíduos buscando a independência energética por meio da geração de energia própria através de sistemas solares.
“Infelizmente o advento desta importante tecnologia, se não adequadamente projetada e implementada, apresenta risco potencial de provocar e asseverar incêndios, bem como tornar mais perigoso o seu combate”, frisou a carta.
“Diversas corporações de bombeiros do Brasil têm reportado ocorrências de princípios de incêndios a incêndios de grandes proporções em edificações, associados aos sistemas fotovoltaicos. Em especial, observou-se muitas ocorrências de princípios de incêndios nos circuitos entre os painéis fotovoltaicos e os inversores, que operam em corrente contínua”, completou o documento.
O Conaci destacou ainda que atualmente já existem mais de 600 mil edificações no país com sistemas fotovoltaicos, cujo crescimento continua a aumentar exponencialmente.
“Logo, o número de ocorrências como estas deve crescer, e deve-se ser adotada o mais brevemente possível um conjunto de medidas mitigatórias para evitar que estes eventos ocorram”.
Entre as medidas assinaladas e sugeridas estão:
Evolução normativa e de regulamentações para exigir a inclusão de dispositivos adicionais de proteção para estes circuitos.
O uso de materiais adequados e de procedimentos de comissionamento e inspeção para reduzir o número destes eventos e reduzir os níveis de risco às pessoas, caso estes venham a ocorrer.
Ainda de acordo com a entidade, foi identificado que a maioria das edificações que possuem sistemas fotovoltaicos, a tecnologia nestes sistemas emprega um circuito de corrente contínua que liga os painéis fotovoltaicos ao inversor. Este circuito normalmente é formado por longos cabos, que saem dos módulos instalados no telhado e adentram na edificação até o inversor – que normalmente fica localizado em local abrigado dentro da edificação, em um lugar distante dos módulos.
“Nestes casos, este circuito de corrente contínua permanece energizado mesmo após a desenergização do circuito de corrente alternada caso o incêndio ocorra durante o dia. Adicionalmente, durante o incêndio, o fogo pode atingir estes condutores de corrente contínua dos sistemas fotovoltaicos e eliminar a sua camada isolante, o que pode causar curtos-circuitos”.
Preocupação
Neste sentido, a Conaci informou que o que “preocupa é que quase a totalidade dos sistemas fotovoltaicos existentes no Brasil não possuem meios para desenergização dos circuitos de corrente contínua supracitados que possam ser acionados em locais de fácil acesso pelos bombeiros. Logo, a atividade de combate ao incêndio nestas edificações torna-se muito perigosa aos profissionais que estão combatendo o fogo”, destacou o documento.
Por isso, o órgão entende que um conjunto de procedimentos, normas e regulações deve ser implementado para garantir a segurança e reduzir os riscos de fogo e explosões.
“A reciclagem e capacitação dos bombeiros militares no combate a incêndio em sistemas geradores de energia com painéis fotovoltaicos é uma das formas de protegermos nossos profissionais”, destaca a corporação.
Outra maneira, deveras mais eficaz, segundo o Conaci, seria a promoção de uma evolução normativa e regulatória, com enfoque prioritário na proteção contra incêndio e na segurança dos profissionais que realizam o seu combate, a exemplo de países desenvolvidos, que já adotaram parâmetros normativos com este enfoque. “Alguns países já identificaram esses fatores e atualizaram seus critérios normativos, em decorrência dos vários acidentes e mortes que ocorreram em eventos dessa natureza”.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Departamento de Segurança Interna (do original: Department of Homeland Security) patrocinou vários projetos para identificar e compreender os riscos para os bombeiros responderem a incêndios em edificações revestidas com painéis fotovoltaicos.
Para Leandro Martins, presidente da Ecori Energia Solar, está mais do que na hora de regulamentar a obrigatoriedade dos dispositivos de segurança nos equipamentos de energia solar.
“Essa é uma preocupação que vem desde o início da Ecori, na escolha de trabalharmos com microinversores APsytems, com a SolarEdge e mais recentemente com a Huawei. Ao longo desses anos levantamos a bandeira da segurança em diversos fóruns normativos e regulatórios, participando ativamente dos comitês da ABNT, INMETRO, dentre outros”, comentou.
“Nossos engenheiros já treinaram e prestaram esclarecimentos para a cúpula do Corpo e Bombeiros em Brasília e outros batalhões da corporação, ministramos treinamentos, escrevemos artigos e promovemos diversos eventos sobre o tema. É um momento muito importante para todo mercado e especialmente para nós, que trazemos a segurança em nosso DNA. Para a Ecori este é um valor inalienável”, concluiu o executivo.
FONTE: Canal Solar